Ser todo teu, ó Mãe!

Imagem: Reprodução do blog Canção Nova

Reprodução de Comunidade Católica Shalom

   Desde toda a eternidade, Deus te preparava para mim. Fiz do teu ventre a minha morada. Modifiquei teu corpo, teus desejos, teus planos. Te causei enjoos e dores. E vim ao mundo. Escutei a tua voz, senti o calor do teu peito, o teu carinho em minha cabeça, a tua lágrima rolando. Te fiz perder noites de sono com o meu choro da madrugada, feri teus seios, mudei a tua rotina. Já não eras mais chamada pelo teu nome, mas ganhavas o título de “mãe”, “mãezinha”, “mamãe”. Diante da fragilidade do meu corpo, tinhas todo um cuidado ao me dar banho, aquecer-me, vestir-me.
   Os anos se passaram. Os cuidados mudaram, mas o teu amor só aumentou. Tuas noites mal dormidas persistem quando não chego em casa no horário combinado ou alguma enfermidade me atormenta. Te preocupas com o que como, o que visto, o que vivo. De todas as maneiras, tentas que a nossa ligação inicial perdure. Por vezes não compreendo isso, não sei te amar da forma que mereces, não sei ser grata ao teu amor. Na minha estranha e falha forma de amar, procuro retribuir um pouco do que me deste, dá-me e me darás. Em algumas ocasiões, confunde-se o papel de mãe e filha, e também precisas que eu te oriente seja teu lugar de repouso e carinho.
    Em algum momento da história esses papeis serão invertidos de vez. Será a minha vez de cuidar de ti, preocupar-me com a tua alimentação e saúde, com teus passos. Os passos que me ajudaste a dar. Serei eu, então, a te equilibrar. Será a minha vez de encontrar os teus objetos perdidos, lembrar-te de situações vividas. Meus filhos, tão mimados por ti, segurarão a tua mão com medo de ter que soltá-la para sempre.
Mas eu nunca serei órfã. Desde aquele princípio, quando eu ainda crescia dentro do teu ser, tu cantavas para mim:

“Mãezinha do céu, eu não sei rezar; / Eu só sei dizer: “Quero te amar”
Azul é teu manto, branco é teu véu / Mãezinha, eu quero te ver lá no céu”. 

   Nessa ladainha tantas vezes repetida, tu já consagravas o meu ser à Mãe das mães, assim, aprendi a Ela recorrer. Em Maria, eu te vejo e, em ti, eu vejo Maria. No “sim” que Ela deu, toda a humanidade foi agraciada. Penso nas Suas noites mal dormidas, nos cuidados com o Seu Menino, nos anseios do Seu coração de mãe. Aos pés da Cruz, seu Filho deu-lhe a maternidade de todos nós. Através Dela, entrego-me ao Seu Filho. Em cada Eucaristia recebida, torno-me sacrário vivo e peço que seja Ela a me ensinar a louvar e bendizer o Todo Poderoso que, também em mim, fez e faz maravilhas. Com a Mãe aprendo a humildade, a serenidade, a paciência, o servir de consolo.
Tu me apresentaste a Ela e um dia serei eu a apresentá-La aos meus. A tua canção será também entoada por mim, e ainda uma nova cantarei:

“Sou todo teu, oh Mãe / Sou todo teu Maria
Sou todo teu / Guarda no céu o meu lugar 

Tu serás, oh Mãe, minha rainha / E o Teu Filho o meu Rei
Essa vida não será mais minha / Um livre escravo teu serei”. 

   Obrigada, mãe. Obrigada pelo teu tempo doado, teus cuidados, teu carinho. Obrigada por me haveres apresentado à Maria, que aprendi a chamar de Mãe. Obrigada por tuas orações, teu calor, tuas lágrimas, o teu ser. Obrigada por teu amor. Obrigada, também, às mães que geraram seus filhos no coração. Às tias e avós que, por diversos motivos, assumem uma maternidade fruto de outro ventre.

Feliz mês das Mães!

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